Hoje quero te contar uma história!
A primeira vez que ouvi falar sobre rodas de mulheres foi em 2015. Na época, a moça que me falou a respeito relatou o quanto participar de uma roda de mulheres havia a transformado. Lá ela cresceu, se libertou de um relacionamento abusivo, e se desidentificou dos estereótipos de competição entre as mulheres.
UAU. (eu lembro que eu pirei)
“Onde é essa roda? Como eu faço para participar?”
O que eu imaginava é que participar de um grupo desses teria rituais mirabolantes, práticas inimagináveis e sabe se lá mais o que para causar tanta transformação na vida de alguém.
Hoje, cinco anos depois, tendo vivenciado vários grupos como esse, percebi que existe sim algo incrível e que de fato transforma.
Mas, ao contrário do que eu imaginava, esse algo não é complexo e inacessível, mas algo bem simples e disponível a todos: a escuta.
O que transforma as pessoas é o poder das histórias
É no contar de histórias que encontramos o alívio e a percepção de que nossos problemas raramente são individuais e exclusivos. As temáticas dos problemas humanos são comuns.
É no ouvir de histórias que se encontra inspiração e força para agir, principalmente, diante de situações desconfortáveis.
(e o que é uma pandemia se não uma situação bem desconfortável?)
Fazendo um paralelo, percebo que muitas organizações são como mulheres que não encontraram esse espaço seguro para compartilhar.
Elas acreditam que seus problemas são só seus, e tem dificuldade em ver que, primeiramente, há uma saída. (que frequentemente é bem mais simples e envolve bem menos investimento do que práticas mirabolantes e malabares).
Essas organizações, muitas vezes, se paralisam diante de cenários de incerteza. Aliás, não é por menos, porque realmente não é fácil encarar tudo sozinho.
Acaba sendo comum que essas organizações tenham vergonha de falar do que deu errado. De expor-se à vulnerabilidade daquilo que não se orgulham. Erramos como indivíduos, coletivos e sociedade ao tentar sustentar falsas máscaras de perfeição.
A grande magia não vista e que eu descobri nas rodas de mulheres é que o poder está na vulnerabilidade. O compartilhar das histórias gera laços, e esses laços reforçam ações individuais e coletivas que viram realização e movimento.
(e vai dizer que as organizações não buscam a todo instante melhor execução e resultados?
Eu não sei se vou conseguir te dar um exemplo melhor do poder imenso das histórias. Mas vou tentar.
Em 2018, o Mcdonald’s nos procurou para produzir um livro impresso de histórias. Seriam selecionadas 12 histórias de pessoas cujo primeiro emprego no Mcdonalds havia sido essencial para a vida profissional e carreira dessa pessoa. O livro seria então impresso e cada funcionário receberia uma cópia.
O objetivo era ressignificar na visão de todos, reconhecendo o primeiro emprego no Mcdonald’s como algo em que há muito a se orgulhar, e não como a “última opção” de alguém que havia fracassado e “foi parar no Mcdonald’s”.
Inspirados nessa ideia, propusemos algo maior:
E se, ao invés de publicar apenas 12 histórias, nós utilizarmos o poder abundante da tecnologia para tornar o ciclo de história & inspiração infinito?
E assim surgiu o MC Histórias!
O McHistórias é uma estrutura para falar e ouvir. Publicar a sua história e ler a história de outros. E até baixar seu próprio eBook personalizado com suas histórias favoritas. Lá todo funcionário, até hoje, pode postar sua história de superação, empreendedorismo ou empregabilidade (entre outros temas). E todo funcionários pode também acessar histórias que o inspirem e o motivem.
Até hoje são mais de 180 histórias publicadas e organizadas em 10 livros gerados pela equipe de comunicação da Arcos Dorados, sem contar os inúmeros livros criados e baixados pelos visitantes.
Quantas histórias já não foram compartilhadas, acolhendo e inspirando pessoas? Quantas histórias já não motivaram pessoas a fazer aquele algo a mais pois sabiam que era possível já que alguém até já tinha feito?
