Faz tempo que quero contar como está sendo essa vida de trabalhar de casa. Reflexões, inquietações e privilégios. Será que eu sinto falta do presencial?
Na verdade, o “de casa” está sendo mais por conta do nosso isolamento social, porque se não fosse isso, era officeless mesmo. Isso porque o officeless em si não significa necessariamente trabalhar de casa, e sim, poder trabalhar de qualquer lugar – de casa, de um co-working, da praia, de um café, de onde você quiser.
Confesso que sou nova nesse mundo de trabalhar sem um escritório definido
Quando entrei para a 08 - empresa de Inovação e Transformação digital do Grupo Anga – sabia que era assim que eles trabalham desde a sua fundação (há 4 anos), então alguma coisa nesse jeito de trabalhar da certo.
Trabalhar 100% de casa não é fácil, né?
O começo era tudo super romantizado na minha cabeça – vai ser ótimo.
Não vou precisar mais enfrentar o trânsito de São Paulo e perder horas nisso; não vou precisar fazer malabarismo de compromissos para encaixar horas de trabalho das 9h-18h; vou poder comer comida de casa em todas as refeições; ajudar nas tarefas de casa com mais frequência e não só aos finais de semana.
E tudo isso são verdades e vantagens óbvias de se trabalhar de casa. O que eu não esperava é que teria aí um período meio estranho de transição, em que essa nova rotina leva tempo para mente aceitar, se adaptar e entrar no ritmo. Ao mesmo tempo que vão surgindo milhões de reflexões:
1. Horário
Ok, trabalho de casa, então não tenho horário para “chegar do escritório”, posso me organizar com tranquilidade aqui - não planejar o mínimo de 1h antes de sair de casa para chegar em algum lugar - mas isso também implica que eu não tenho horário de “sair do escritório”? Tecnicamente estou sempre no escritório…e aí, como que equilibra até que horas eu trabalho? Será que as pessoas esperam que eu esteja sempre 100% disponível?
2. Liberdade
Se estou em casa, trabalhando, mas aí alguém em casa pede para fazer alguma tarefa do tipo – “Dá para ir ao mercado rapidinho? E na padaria? E dar uma volta com cachorro”- e várias vezes me pegava falando “Estou trabalhando, agora não posso”, e só depois parei para pensar se essa resposta quase que automática era “certa”, já que o fato de estar em casa deveria me permitia ter escolhas, de ter mais liberdade com o tempo.
3. Auto cuidado
Outras vezes não eram dúvidas do raciocínio, do pensar, e sim do corpo. Tinha dias que entrava num ritmo tão constante de trabalho que esquecia que o corpo queria água, banheiro, se esticar, se movimentar. Que ficar sentada o dia todo numa mesinha e cadeira de jantar improvisada (porque até então nunca precisei de um escritório em casa) custa para o corpo, para as costas, para as pernas, pescoço, para os olhos. E que quando batesse aquele cansaço no meio da tarde, tudo bem parar e não fazer nada. Exato, não fazer absolutamente nada além de ouvir o meu corpo e a mente.
4. Time
Algo que nunca questionei foi como seria o relacionamento com o time online, nem como administramos nossas entregas. Acho que por eles já trabalharem assim, foi mais orgânico, tinha a quem pedir ajuda e ver exemplo de como as coisas funcionam na prática. De que o trabalho flui tão bem quanto no presencial quando existe confiança entre as pessoas, senso de responsabilidade e transparência, tanto naquilo que precisa ser entregue como entre as pessoas na sua comunicação.
Se eu sinto falta de um escritório fixo?
Confesso que não, isso porque sinto que o valor de se trabalhar officeless é tão, ou mais rico ainda do que o presencial obrigatório. Não que eu não sinta falta de ver e me conectar com as pessoas fisicamente, aquele olho no olho, mas tenho aprendido a ressignificar o valor das conexões com os outros, mesmo que de forma virtual. Trabalhar assim trouxe muita consciência sobre autogestão, ferramentas digitais de colaboração e resiliência, porque as vezes bate aquele desespero de não achar a pessoa em nenhum canal digital; de estar mexendo num arquivo online e deletar uma informação sem querer, ou a internet cair no meio da sua conversa (esse é um desespero que ainda estou trabalhando, porque ninguém merece travar no meio da explicação né!).
Encerro comentando sobre o happy hour virtual do time (sim, a firma tem happy hour virtual toda semana), que ao contrário dos presenciais, tem ajudado a economizar muita energia social (introvertidos me entendem, rs..). Para os que não puderam fazer home office, se cuidem, tomem todas as precauções possíveis e fiquem bem.
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